Eles dizem que é impossível encontrar o amor sem perder a razão...

ultra-romantismo

Época do ultra-romantismo, a literatura auge era a triste.
Para os escritores que viveram naqueles tempos, foram momentos gloriósos, onde seus trabalhos eram reconhecidos e tidos como regra.
Podiam matar-se sem medo, em letras de tinta e papéis manchados.
Mas o que houve com os ponteiros dos relógios? Que correram, correram e deixaram o vento amargo levar esses escritores embora. Seus ditos continuam aqui e há quem os apressie, mas e aqueles que se assemelham em sua escrita? E os escritores ultra-românticos que por um infortúnio do tempo nasceram em datas erradas?
Suas palavras deixam de ser bonitas pelo contexto no qual agora vivem. Já não podem mais ser belas, pois o belo agora, é outro.
Mas que enorme injustiça é essa? Perdem o direito de se expressar por terem se atrasado alguns anos. Suas frases sempre serão montadas do seu próprio jeito de montar e as peças encaixadas de um único jeito de encaixar. Não há como mudar a emoção de um poeta romântico.
Para onde foi a beleza às palavras ditas? Para onde foi o choro que o tempo não conseguiu curar? E as cicatrizes que ninguém costurou?
Vejo as marcas de um passado dolorido e sinto dores do que não foi terminado, mas não posso lhe explicar isso pois não sei redigir no formato de letra que você sabe ler.
A incapacidade de dizer, a prisão que abriga minhas palavras, faz com que meu dito seja escasso, e quando o é, ao invés de ser valorizado, é simplesmente jogado ao lado, assim como todas as conjugaçoes do verbo 'morrer' em um dicionário de um poeta ultra-romântico que nasceu no tempo errado.